Arquitectura Moderna
Arquitectura moderna é uma designação genérica para o conjunto de movimentos e escolas arquitectónicas que vieram a caracterizar a arquitectura produzida durante grande parte do século XX (especialmente os períodos entre as décadas de 10 e 50), inserida no contexto artístico e cultural do Modernismo. O termo modernismo é, no entanto, uma referência genérica que não traduz diferenças importantes entre arquitectos de uma mesma época.
Um dos princípios básicos do modernismo foi o de renovar a arquitectura e rejeitar toda a arquitectura anterior ao movimento; principalmente a arquitectura do século XIX expressada no Ecletismo. O rompimento com a história fez parte do discurso de alguns arquitectos modernos, como Le Corbusier e Adolf Loos. Este aspecto - na sua forma simplificada - foi criticado pelo pós-modernismo, que utiliza a revalorização histórica como um de seus motes.
Principais características
Apesar de ser um momento multifacetado da produção arquitectónica internacional, o Modernismo manifestou alguns princípios que foram seguidos por um sem-número de arquitectos, das mais variadas escolas e tendências.
Uma das principais bandeiras dos modernos é a rejeição dos estilos históricos principalmente pelo que acreditavam ser a sua devoção ao ornamento. Com o título de Ornamento é Crime (1908) um ensaio de Adolf Loos critica o que acreditava ser uma arquitectura preocupada com o supérfluo e o superficial. O ornamento, por sua vez, com suas regras estabelecidas pela Academia, estava ligado à outra noção combatida pelos primeiros modernos: o estilo. Os modernos viam no ornamento, um elemento típico dos estilos históricos, um inimigo a ser combatido: produzir uma arquitectura sem ornamentos tornou-se uma bandeira para alguns. Junto com as vanguardas artísticas das décadas de 1910 e 20 havia um como objectivo comum a criação de espaços e objectos abstractos, geométricos e mínimos.
Outra característica importante era as ideias de industrialização, economia e a recém-descoberta noção do design. Acreditava-se que o arquitecto era um profissional responsável pela correcta e socialmente justa construção do ambiente habitado pelo homem, carregando um fardo pesado. Os edifícios deveriam ser económicos, limpos, úteis
Duas máximas se tornaram as grandes representantes do modernismo: menos é mais (frase cunhada pelo arquitecto Mies Van der Rohe) e a forma segue a função ("form follows function", do arquitecto porto-moderno Louis Sullivan, também traduzida como forma é função). Estas frases, vistas como a síntese do ideário moderno, tornaram-se também a sua caricatura.
É possível traçar três principais linhas evolutivas nas quais pode-se encontrar a génese da arquitectura moderna. O que une as três linhas é o fato de que elas terminam naquilo que é chamado de movimento moderno na arquitectura, considerado o clímax de uma trajectória histórica que desembocou na arquitectura realizada na maior parte do século XX.
A primeira destas origens é a que leva em consideração que o ideário arquitectónico moderno está absolutamente ligado ao projecto da modernidade, e, em particular, à visão de mundo iluminista. Esta linha localiza o momento de génese na arquitectura realizada com as inovações tecnológicas obtidas com a Revolução Industrial e com as diversas propostas urbanísticas e sociais realizadas por teóricos como os socialistas utópicos e os partidários das cidades-jardins. Segundo esta interpretação, o problema estético aqui é secundário: o moderno tem muito mais a ver com uma causa social que com uma causa estética.
A segunda linha leva em consideração as alterações que se deram nos diversos momentos do século XIX com relação à definição e teorização da arte e de seu papel na sociedade. Esta interpretação dá especial destaque ao movimento Arts & crafts e à art noveau de uma forma geral, consideradas visões de mundo que, ainda que presas às formas e conceitos do passado, de alguma forma propunham novos caminhos para a estética do futuro.
Uma terceira linha, normalmente a mais comummente entendida como sendo a base do modernismo, é a que afirma que a arquitectura moderna surge justamente com a génese do movimento moderno, sendo as interpretações anteriores apenas consequências desta forma de pensamento. A arquitectura moderna surge, portanto, com as profundas transformações estéticas propostas pelas vanguardas artísticas das décadas de 10 e 20, em especial o Cubismo, o Abstraccionismo (com destaque aos estudos realizados pela Bauhaus, pelo De Stijl e pela vanguarda russa) e o Construtivismo.
Arquitectura Contemporânea
Não existe data específica para o arranque da arquitectura contemporânea em Portugal. Os registos dos primeiros sinais que a identificam, apontam para uma época nunca anterior a 1950. No entanto é sempre referenciado o acontecimento político do 25 de Abril de 1974 como data “oficial” a partir da qual foi impulsionada a corrente.
A "Arquitectura Popular Portuguesa" marcou a arquitectura contemporânea dos anos 50 que prevaleceu até ao final do Salazarismo.
Características
Entre as grandes categorias do desconstrutivismo, do minimalismo ou da arquitectura magistral e única dos Mestres, cruzam-se, encontram-se fundem-se, obstruem-se, descobrem-se modos de afrontar a arquitectura contemporânea Portuguesa dificilmente integráveis nalguma categoria mas o carácter e linguagem das obras características da corrente, mais do que evidenciar divisões geracionais, exprimem atitudes diversificadas em função das diferentes tendências que atravessam a cultura arquitectónica contemporânea portuguesa.
A arquitectura contemporânea cruza várias gerações em simultâneo que marcaram e continuam a marcar e subdividir a corrente actual, desde meados do século XX até aos nossos dias. Manuel Taínha e Fernando Távora, Victor Figueiredo e Álvaro Siza, Gonçalo Byrne, Eduardo Souto Moura e Carrilho da Graça caracterizaram-se pelo exercício da profissão desenvolvido em atelier próprio, atribuindo à arquitectura contemporânea o selo da individualidade. Individualidade arquitectónica que abriu alas a uma maior interacção interdisciplinar.
Assiste-se hoje, em Portugal, a um fenómeno complementar e inovador no âmbito da arquitectura contemporânea portuguesa que contrapõe a, conceitos velhos e conservadores de tradições e modos de operar, a uma intenção afirmada, ainda com alguma timidez, de inovar o espaço e construí-lo com conceitos, materiais e técnicas que permitam viver em pleno a contemporaneidade.
A sociedade contemporânea ditou progressivamente, através de uma sucessão de acontecimentos caracterizados pela emergência da performance e voluntarismo mediático, uma corrente arquitectónica alimentada pelo modus vivendi alterando a dimensão do habitar e ocupar a arquitectura.